terça-feira, junho 23, 2009

Alguns eventos do mês de Julho...

Ontem dei um pulo no Baixo Gávea com o intuito de tomar aquele tradicional chopp que fecha o final de semana e, como nao podia deixar de ser, tinha muita mulher de roupa curta panfletando ("hypando"? Comecei a ouvir falar muito diso de uns tempos pra cá, tô aprendendo o significado ainda) as festas que vão rolar por agora aqui no Rio de Janeiro.

Acho que recebi uns 10 flyers no total, e fui selecionando os que permaneceriam no meu bolso e os que iam pro lixo, de acordo com o meu gosto pessoal. Não necessariamente o que não foi "aprovado" é ruim, apenas não faz muito a minha cabeça. Então, dentre os pedaços de papel brilhantes que sobraram desse processo seletivo, posso citar:

Rio House Music
Data: 04/07
Local: Marina da Glória
Comentários: em primeiro lugar, gosto bastante do local do evento. Em segundo, quem abre a festa é o João Paulo (Emociona/Request DJs), que tem um set bem energético de Minimal e Techno e já tocou com uma boa galera de peso. Em seguida, Life is a Loop (3 Plus) diretamente do sul do país, e depois Tim Healey (Wild Artists), que eu tentei assistir tocando na praia da Barra da Tijuca no último reveillon, mas o cara atrasou tanto que eu não pude esperar mais - estava saindo da praia na hora em que ele estava chegando, carregando as malas (pelo visto tinha vindo direto do aeroporto). Quem sabe é dessa vez?
+Infos: www.myspace.com/riohousemusic

SKOL H.O.M.E.
Data: 10/07
Local: MAM
Comentários: apesar de eu achar o nome meio sem criatividade (H.O.M.E. significa "humanos ouvem música eletrônica" - tá legal, e os cachorros, gatos, macacos? Se eu botar pra tocar eles não ouvem? Será que não curtem?), vale aqui a referência ao evento. Vão rolar dois palcos diferentes: um se chama Level, e tem como atrações Luca de Napoli, Giovanetti (é o Beto?), Adam K (não conheço), Dimitri Nakov (já ouvi falar) e Fel vs Guk (nunca ouvi falar). Na pista High teremos Ricardo Estrella (não sei mais o estilo que ele toca, tem tempo que não o vejo se apresentar), Flow & Zeo (dispensa comentários), Renato Ratier (dono da D-EDGE e que tocou há pouco tempo na 69 - esse vai ser imperdível) e Eli Iwasa (parece ser uma japinha, pela foto, mas não conheço também).
+Infos: http://www.home.art.br/

2 YEARS THE WEEK EVENTOS
Data: 10/07
Local: The Week
Comentários: seria a minha segunda opção para o dia 10/07 (é no mesmo dia da festa citada acima), mas o que mais me chamou a atenção e me fez citar essa festa foi ter um carinha do Ministry of Sound, Michael Kutalek (apesar de também não conhecer o trabalho dele, mas deve ser legal) e também o nome do Fabio Amed (que eu ouvi tocando uma vez numa private, e achei o som dele muito maneiro - queria ouvir novamente, portanto). O resto da galera você confere nas informações, abaixo. :)
+Infos: ih! o evento não tem hotsite! :(

Obs.: perdoem-me pela talvez falta excessiva de informação e conhecimento sobre determinados artistas, mas é que o mundo é grande demais, fica difícil conhecer tudo de antemão ou mesmo ter tempo hábil pra ficar ouvindo e pesquisando sobre todos os nomes que aparecem por aí de uma hora pra outra.

domingo, junho 21, 2009

NOVA EDIÇÃO DA DISCOLAND


Fiquei sabendo da notícia na sexta-feira passada, por três fontes diferentes no mesmo dia. Pelo email, recebi a notícia da festa em torno das 10h da manhã (e a lista amiga citada obviamente já estava fechada, como de prache). De noite recebi o flyer impresso quando andava pela rua (por sinal, bem interessante, feito com um papel fininho pra ser visto contra a luz, e inspirado no Google Maps). E mais tarde, encontrei o anfitrião Diogo Reis na festa MOIST, na 69.


Pelo que me lembre essa festa já aconteceu antes, lá no Scala, talvez num dos maiores eventos organizados pela galera da MOO (pelo menos pareceu). Não estou lembrando das atrações dessa outra edição, mas foi bem legal, tirando o clima meio esquisito que pessoalmente me lembra muito a época de festas de house, funk e hip hop do tipo "uma noite na babilônia"... hahahahah... :)


Dessa vez a festa vai rolar no sábado que vem (27 de Junho) a partir da meia-noite e até o sol raiar no tradicional Espaço Franklin (antes conhecido como Casas Franklin, na Avenida Passos - Centro), onde também no verão retrasado tivemos aquela sequencia sensacional de festas também da galera da MOO chamado Projeto Fase.


As atrações da festa são: Diogo Reis e Eduardo Christoph representando a MOO, Badenov da extinta Combo na 69 e os gringos Maurice Fulton e Prince Language, da DFA. Os ingressos estão custando R$ 60 antecipados (pontos de venda, endereço e outras informações aqui) e R$ 90 na bilheteria.

quinta-feira, junho 04, 2009

O que é “ser DJ”?

Tenho pensado nesta pergunta ultimamente, e então resolvi fazer este post pra tentar estruturar minhas idéias, compartilhar o resultado com outras pessoas e, eventualmente, até obter um feedback qualquer, seja sob a forma de crítica, elogio, comentário, ou o que for.

De primeira, resolvi iniciar minha pesquisa através de uma ferramenta bem democrática, como a Wikipedia. Nela, teria a certeza que encontraria uma opinião democrática e bem completa sobre o assunto – e não deu outra. E apenas para fazer uma referência, destaco também que comprei e li há alguns anos atrás o livro “Todo DJ já sambou”, que conta um pouco da trajetória dessa arte (não quero chamar de hobby ou profissão, pois cada um faz uso da arte como quiser).

Na definição mais básica possível da enciclopédia feita pelo povo, numa tradução livre de quem vos escreve, “DJ é uma pessoa que escolhe e toca música gravada para um determinado público”. Engraçado que nesse site também faz-se uma distinção entre Disk Jockey (“k” de “disk”, ou seja, LPs em vinil) e Disc Jockey (“c” de “disc”, ou seja, CDs), que eu nem sabia que existia. No caso, então, eu sou um Disc Jockey, pois sempre toco utilizando os disquinhos menores. Mas aí já vem a pergunta inicial: e quem toca direto da mp3 que vem do computador, sem nem a utilização de uma interface física (como o Serato), é o que? Não queria polemizar esse tema, mas é irresistível colocar uma pulga como essa atrás da orelha das pessoas.

E ainda na enciclopédia existem mapeadas algumas sub-espécies de DJs, aqueles que tocam nas rádios (e que normalmente não mixam as músicas umas nas outras utilizando o break), os que tocam nos clubs (que mixam as músicas e usam diferentes técnicas para trazer outras experiências à pista) e os DJs que Hip-Hop, que normalmente fazem a base para MCs mandarem seus raps. Desconsiderei a parte sobre os DJs de Reggae, pois não concordei muito com a definição que foi dada, mas enfim.

Pra mim, como em qualquer outro ramo profissional ou artístico, o que conta para o público-alvo é a sua capacidade de exceder as expectativas, impressionar, sensibilizar, deslumbrar, etc. Como DJ você pode fazer isso através de uma excelente e harmônica seleção musical (que vá de encontro ao que o público está esperando, obviamente) e da utilização de técnicas apuradas com relação aos equipamentos disponíveis para transformar essa seleção musical em uma trilha sonora contínua e energética.

Para garantir um bom desempenho durante sua performance (na seleção musical e na técnica durante a reprodução musical) o DJ precisa se atentar para diversos requisitos que precisam ser cumpridos. Muitas vezes os aspirantes a DJ não estão cientes ou preparados para este tipo de investimento, e acabam metendo os pés pelas mãos, realizando um trabalho pobre, que desaponta o público e fere sua própria auto-estima.

Alguns exemplos destes requisitos que citei, que me vêm à cabeça neste momento, são:
  1. Realizar investimentos financeiros (tanto em equipamento quanto na aquisição de música (seja no vinil importado, seja na mp3 que é comprada do Beatport, ou qualquer outra));

  2. Dedicar tempo para estudo/pesquisas (pra saber o que tem tocado em clubs, rádios, sites etc);

  3. Treinar e praticar bastante o ouvido e a melhoria da sua técnica;

  4. Ter uma boa organização pessoal (no momento de guardar/classificar suas músicas no computador ou no case, por exemplo);

  5. Focar no acúmulo de experiência em eventos de grande porte;

  6. Ter amor ao negócio, dedicação e força de vontade para vencer todos os desafios anteriores.

E essa coisa de ser DJ mudou muito de uns tempos pra cá. Antigamente pra ser um DJ era bem mais caro, difícil e penoso que hoje em dia. Apesar de terem existido modelos de equipamento no mercado que eram até razoáveis em termos financeiros (Gradiente, CCE, etc), um bom toca-discos com pitch custava uma fortuna (exemplo: Technics MK2), além do processo de importação normalmente ser mais complicado que hoje em dia, e por conseqüência a disponibilidade de opções era bem mais modesta.

Também nesta época não era possível baixar uma mp3 de graça na internet e gravar num CD de 50 centavos: os discos tinham que ser comprados (e antes disso, tinham que ser encontrados!), e depois ainda tinham que ser transportados de um lugar para o outro. Eles eram caros, mas mesmo assim estragavam com facilidade, arranhavam, ficavam velhos, obsoletos (quando a música saía de moda), precisavam ser lavados com sabão de coco, e frequentemente deveriam substituídos por outros mais novos.

Em suma, cada vez mais o desenvolvimento tecnológico permitiu um processo de miniaturização, massificação, popularização e ganho de escala, o que tornou as coisas muito mais fáceis, atraentes e baratas pra todo mundo. Não acho, sinceramente, que isso banaliza a arte como um todo. Isso depende de cada caso. Assim como meu amigo Roque, e também como tantos outros, eu sou favorável e partidário a esse processo de facilitação das coisas, mas até certo ponto. O que não pode ser jogada fora é a capacidade humana de fazer as coisas por conta própria.

O que eu quero dizer com isso? O sujeito não precisa ser obrigado a carregar toneladas de equipamento e discos de um lado para o outro ou se perder num case enorme de CDs somente para se ater à essência, mas acho que colocar o computador pra mixar pra você no modo “automático” também é o cúmulo da falta de capacidade.


Então, algumas coisas precisam ser preservadas, que justamente tornam essa atividade tão especial, como o feeling para a escolha das músicas ideais, a técnica perfeita no momento da mixagem, o seu estilo próprio que precisa ser definido, o timing para fazer as coisas acontecerem, e o carisma, a simpatia e a relação com a audiência, que também contam bastante em alguns casos.

Em suma, acho que essa coisa toda evoluiu pra caramba, e a tendência é evoluir mais ainda no futuro, então temos que tomar todo o cuidado para não nos permitir que os computadores façam todo o trabalho pra gente. Ainda assim, não é uma questão meramente financeira e tecnológica, é preciso entender e assimilar realmente tudo o que está por trás dessa atividade para que ela seja feita da maneira como tem que ser.